Feita de urgências

domingo, outubro 29, 2017



Eu sou feita de urgências. Esse relógio parado e morno da vida não combina comigo. Nasci pra transbordar, pra exceder, pra extravasar. Se quer se aproximar, que não seja pouco, por favor, porque não aceito esses amores rasos que não enchem nem até a metade do copo. Meu copo já esta cheio, meu bem Ele está transbordando. Então, se não for pra ser muito, nem apareça, nem me dê bom dia.

Não nasci pra ser gota d’água. Eu nasci pra ser tsunami. Eu gosto mesmo é de me afogar, de me jogar sem medo. De me atirar no precipício. Posso até aparentar ser calmaria, mas a minha essência é de caos. É intensa. Tudo o que sinto é com intensidade; tristezas são absolutas, alegrias são excessivas, meu choro se transforma em rios, em mares, em oceanos. Eu não combino com essa tua existência morna. Nasci pra entrar em ebulição.

Sou composta por excessos. Aquilo que é pouco não me cabe, não me desce, não me atrai. Metades não me satisfazem. Eu vivo nos extremos, porque ando transbordando até onde não me cabe mais. Furacões e tsunamis são poucos comparados ao tamanho do desastre que sou. Não entre na minha vida se não for para bagunçar, se não for para me virar do avesso. Eu sou um oceano profundo. Não coloque só a pontinha do pé, mergulhe de cabeça. Sem medo.

Tudo o que quero, quero agora. Pra já. E quero muito. Sonhos, vontades, desejos; eu sou composta disso, e garanto que eles não são nem um pouco pequenos. Quero voar. Quero sentir o vento bater no rosto, bagunçar meu cabelo. Quero viver. Quero arriscar. Não me venha com metades. Pois sou inteira e aquilo que é médio não me contenta. Porque você sabe, meu bem, eu sou feita de urgências e gosto mesmo é de transbordar.

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